Resolução determina que autoescolas devem contratar intérpretes de
libras.
Prazo para adequação da nova regra é até 2015.
Do G1 AL, com informações da TV Gazeta
As autoescolas alagoanas organizam-se para cumprir a nova determinação do
Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que exige das empresas a contratação,
até 2015, de profissionais especializados para anteder pessoas com deficiência
auditiva.
No bairro de Pajuçara, uma autoescola antecipou-se e já se adequou às novas
regras. Dos 27 alunos matriculados, oito são surdos. Para facilitar a inclusão
do grupo, o centro de formação de condutores disponibilizou um intérprete de
libras, a língua brasileira de sinais.
O empresário Francisco da Silva é tio de um deficiente auditivo. Segundo ele,
conhecer a realidade dos deficientes foi fundamental para que a adequação à nova
norma fosse antecipada.
“O assunto é transito, então eles já estão na frente. Muitas vezes eu faço
perguntas que só eles levantam o braço para responder”, explicou Silva. De
acordo com ele, haverá identificação nos veículos dos alunos, tanto na rua
quanto no teste prático.
O intérprete Max Fontes explica que o trabalho é fruto de uma parceria da
associação de surdos com a autoescola e os resultados são satisfatórios.
"A tradução vai da explicação do professor às perguntas dos alunos surdos e
dos ouvintes. Até mesmo as piadas eu tenho que traduzir, caso contrário eles
ficam perguntando do que todos estão rindo”, falou.
Para a deficiente Dianelly Borba, de 25 anos, tirar a carteira era algo quase
impossível. “É importante que nós surdos tenhamos o direito reconhecido,
acredito que outros também virão. Todos tem interesse em tirar a habilitação”,
disse a aluna com deficiência auditiva Danielly Borba.
De acordo com o último censo populacional do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, cerca de 14.500 surdos vivem
em Alagoas, e mais de 125
mil pessoas apresentam algum tipo de problema auditivo no estado.
Segundo a Superintendente da Associação dos Amigos e Pais de Pessoas
Especiais (AAPPE), Iraê Cardoso, o número de intérpretes ainda é pequeno.
“Essas pessoas que estão trabalhando não tem recursos para investir na
própria formação”, explicou Cardoso. Segundo ela, a falta de incentivo
financeiro e de estrutura para formação de intérpretes são as maiores
dificuldades.
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