quinta-feira, 28 de março de 2013

Autoescolas de Alagoas começam a se adequar às normas do Contran

Resolução determina que autoescolas devem contratar intérpretes de libras.
Prazo para adequação da nova regra é até 2015.


Do G1 AL, com informações da TV Gazeta


As autoescolas alagoanas organizam-se para cumprir a nova determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que exige das empresas a contratação, até 2015, de profissionais especializados para anteder pessoas com deficiência auditiva.
No bairro de Pajuçara, uma autoescola antecipou-se e já se adequou às novas regras. Dos 27 alunos matriculados, oito são surdos. Para facilitar a inclusão do grupo, o centro de formação de condutores disponibilizou um intérprete de libras, a língua brasileira de sinais.
O empresário Francisco da Silva é tio de um deficiente auditivo. Segundo ele, conhecer a realidade dos deficientes foi fundamental para que a adequação à nova norma fosse antecipada.
“O assunto é transito, então eles já estão na frente. Muitas vezes eu faço perguntas que só eles levantam o braço para responder”, explicou Silva. De acordo com ele, haverá identificação nos veículos dos alunos, tanto na rua quanto no teste prático.
O intérprete Max Fontes explica que o trabalho é fruto de uma parceria da associação de surdos com a autoescola e os resultados são satisfatórios.
"A tradução vai da explicação do professor às perguntas dos alunos surdos e dos ouvintes. Até mesmo as piadas eu tenho que traduzir, caso contrário eles ficam perguntando do que todos estão rindo”, falou.
Para a deficiente Dianelly Borba, de 25 anos, tirar a carteira era algo quase impossível. “É importante que nós surdos tenhamos o direito reconhecido, acredito que outros também virão. Todos tem interesse em tirar a habilitação”, disse a aluna com deficiência auditiva Danielly Borba.
De acordo com o último censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, cerca de 14.500 surdos vivem em Alagoas, e mais de 125 mil pessoas apresentam algum tipo de problema auditivo no estado.
Segundo a Superintendente da Associação dos Amigos e Pais de Pessoas Especiais (AAPPE), Iraê Cardoso, o número de intérpretes ainda é pequeno.
“Essas pessoas que estão trabalhando não tem recursos para investir na própria formação”, explicou Cardoso. Segundo ela, a falta de incentivo financeiro e de estrutura para formação de intérpretes são as maiores dificuldades.

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