Vitória foi diagnosticada com uma rara doença chamada Síndrome de
KID.
Garota têm problemas visuais, de audição e várias feridas na
pele.

Doença provoca ressecamento da pele, que
causam
feridas na cabeça
(Foto: Silvio Muniz /G1)
Uma família de São Vicente, no litoral
de São Paulo, enfrenta um grave problema de saúde da filha, Vitória Souza
Nascimento, de oito anos. A menina nasceu com uma doença extremamente rara,
conhecida como síndrome de KID, que causa complicações visuais, problemas de
audição e feridas na pele que, se não tratadas da forma correta, podem
infeccionar e causar sérias complicações. Há seis anos, os familiares tentam
melhorar a qualidade de vida da menina com a ajuda da Justiça.
A menina apresentou os sintomas da doença desde que nasceu mas, até 2009,
quando foi feito o diagnóstico definitivo, ninguém sabia dizer qual era o
problema. Por causa da doença, a família teve que fazer um convênio médico para
que ela pudesse ser atendida quando fosse preciso. Apenas Vitória é coberta pelo
plano de saúde, que é pago com dificuldade pela família. “Geralmente a gente
paga com multa por atraso, mas nunca deixamos virar o mês, porque senão cancelam
o convênio”, conta o pai. Segundo a família, existem apenas dois casos dessa
síndrome registrados no estado de São Paulo.
Vitória tem a pele ressecada, o que exige a aplicação de hidratantes
constantemente. A fórmula recomendada geralmente é comprada pela família, que
nem sempre consegue encontrar o medicamento de forma gratuita. “Às vezes, quando
a gente apresenta a receita na Santa Casa de Santos ou em São Vicente, eles logo
dizem que não tem para disponibilizar de forma gratuita. Mesmo em São Paulo é
difícil achar. Nós acabamos comprando tudo”, afirma Maria Lúcia de Souza, mãe de
Vitória.
A família, composta por quatro pessoas, vive basicamente do salário que José
Batista Nascimento, pai da menina, recebe como padeiro. Maria não consegue
trabalhar por causa dos cuidados que a filha precisa. “Preciso ficar atenta ao
que ela come, o que veste e se está se protegendo do sol”, conta.
Há seis
anos, a família tenta receber um benefício da Previdência Social para custear o
tratamento de Vitória, mas o pedido foi negado por causa de um laudo médico, que
contradiz outros exames, inclusive o relatório feito por uma assistente social,
que comprova a necessidade do auxílio. Uma advogada tenta reverter na Justiça a
decisão do juiz. “Falam que ela pode trabalhar. Claro que ela vai poder quando
tiver idade, mas agora ela têm oito anos e precisa de cuidados especiais”,
explica Carla Souza Nascimento, irmã de Vitória.

Pele de Vitória precisa ser hidratada
com
medicamento manipulado
(Foto: Silvio Muniz /G1)
Por causa dos problemas causados pela síndrome, Vitória precisa usar óculos
de grau e de sol. “Às vezes os olhos coçam e ela não consegue se concentrar na
aula. Ela faz aulas de reforço para acompanhar a classe, mas sempre ligam da
escola pedindo para buscá-la por causa de alguma queixa dela, um desconforto",
complementa a irmã.
Os cabelos de Vitória não crescem devido ao ressecamento do couro cabeludo,
que forma várias feridas. “Uma médica recomendou um xampu que ajudaria a tirar
as cascas da cabeça dela mas, ao invés disso, apareceram um monte de feridas que
estouraram”, conta a mãe da menina.
Além dos medicamentos específicos,
Vitória tem uma alimentação balanceada, que deve ter pão integral, comida sem
corante, leite desnatado, iogurte light, entre outros alimentos recomendados por
uma nutricionista. Mesmo com os problemas enfrentados por Vitória, a menina
continua frequentando a escola, onde cursa o terceiro ano. Como sua refeição
passa por restrições, a cozinha da escola tem uma lista do que ela pode ou não
comer.
Maria explica que, há alguns anos, a filha começou a perguntar por que ela
nasceu sem cabelos, enquanto a irmã não apresenta o problema. “Não sei bem como
explicar. Quando ela começa a fazer muitas perguntas desse tipo os médicos a
encaminham para um psicólogo. Ela chegou a me pedir uma peruca. O problema é que
uma peruca boa custa muito caro. Ela não pode usar essas que vendem em banca de
camelô, porque iria irritar a pele dela”, acredita.
A família espera que
o processo para receber o benefício termine rápido. Enquanto isso não acontece,
Vitória continua sua rotina, entre escola, cuidados diários de sua doença e
brincadeiras de criança. “Os médicos dizem que tem como melhorar, mas é preciso
continuar o tratamento, sem paradas”, conclui a irmã da garota.
Síndrome de KID
A síndrome de KID é uma doença bastante
rara causada por uma mutação genética que afeta, principalmente, a pele e a
audição. Os sintomas costumam aparecer desde o nascimento da pessoa e podem
piorar com o passar do tempo, causando cegueira e surdez no portador.

Família vive com o salário de padeiro do único
provedor da
casa (Foto: Silvio Muniz /G1)
FONTE: http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2013/06/menina-de-oito-anos-com-doenca-rara-busca-tratamento-na-justica-ha-seis.html
Que dó :(
ResponderExcluir