Pais notaram mudança no comportamento dos filhos e procuraram a
polícia.
Jovens têm deficiência auditiva; motorista de van escolar é
suspeito.
Do G1 RS
A Polícia Civil investiga no Litoral Norte do Rio Grande do Sul supostos casos de
abuso sexual a estudantes com deficiência auditiva. Os pais desconfiaram do
problema após perceberem mudanças no comportamento dos filhos. Pelo menos duas
famílias procuraram a polícia após suspeitarem de um motorista da van que leva
os jovens à escola estadual, em Osório, como mostra a
reportagem do Bom Dia Rio Grande, da RBS TV (veja o vídeo).
O delegado que comanda a investigação, João Henrique Gomes, diz que até o
momento não há comprovação dos casos. O motorista chegou a ser detido em
flagrante com munições de revólver dentro de casa, mas foi liberado depois de
pagar fiança de um salário mínimo. "O inquérito está instaurado. Estão sendo
tomadas todas as medidas legais, as vítimas já foram ouvidas, encaminhadas ao
exame, e posteriormente iremos interrogar o suspeito. Se houver indícios fortes
de autoria, será remetido ao Poder Judiciário", explica.
A mãe de um estudante de 15 anos, que não quis se identificar, começou a
estranhar o comportamento do filho, que é surdo-mudo, ainda no ano passado. Eles
moram em Xangri-Lá e o jovem usa o transporte para ir até a escola, localizada
em Osório, município vizinho. "Notei que ele estava bastante agressivo, fazendo
muitos sinais de sexo, e fui chamada algumas vezes na escola", disse. “Eles
(estudantes) chegavam tarde muitas vezes. Eu perguntava o motivo, e o motorista
sempre tinha uma desculpa”, completou.
Já a filha de 18 anos, também surda-muda, de um casal que não quis se
identificar, contou com detalhes como eram os abusos que sofria na casa do
motorista. Segundo a menina, ela e o amigo eram ameaçados com um revólver e por
isso nunca contaram nada aos pais. "Ela chegava revoltada, ia deitar", relatou o
pai. "Ela dizia que não queria ir para o colégio, mas a gente fazia ela ir, não
sabendo de nada", acrescentou a mãe.
Nesta quinta-feira (11), os dois adolescentes serão submetidos a exames
médicos para avaliar o suposto abuso sexual. Os pais também estão levando o caso
para o Ministério Público. Já a polícia de Xangri-Lá segue a
investigação para a conclusão do inquérito.
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