Ao todo, 70 alunos da Escola Estadual Albert Sabin são deficientes.
Aulas
têm intérpretes para alunos surdos, em Campo Grande.

A Escola Estadual Albert Sabin, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, tem um
trabalho ao lado de 70 estudantes com deficiência, que recebem atendimento
especial para que possam terminar os estudos. Os parceiros
do RJ do bairro, Diego Dias e Felippe Mello, estiveram lá para mostrar como
funciona.
Mesmo com as dificuldades e com as limitações físicas, tem gente que faz tudo
para aprender e não desiste no meio do caminho, como a estudante Ana Paula da
Silva Lázaro, que tem deficiências múltiplas. Quando tinha 6 anos, médicos
disseram que ela não conseguiria aprender a ler e a escrever. Atualmente, com 24
anos, ela é aluna do 3º ano do Ensino Médio da escola.
“A minha mãe me botou numa classe especial, batalhou desde 2005, 2006, até o
ano que eu consegui ler e escrever. Passei para a 3ª série até a 8ª. Chorei
quando vi lá ‘Albert Sabin, Ana Paula’. Era meu sonho estudar neste colégio,
porque é o melhor colégio da Zona Oeste”, disse a estudante.
Ela já pensa até em Ensino Superior. “Faculdade eu penso em estudar muito.
Depois, um curso de inglês, porque eu não sou incapaz de fazer nada. Eu creio
nisso”, falou.
Turma reúne alunos sem deficiência e
surdos
É a terceira vez em que o professor de literatura Renato
Moraes dá aulas para uma turma onde há alunos sem deficiência e também surdos,
todos juntos. Enquanto ele fala, uma intérprete reproduz as informações em
linguagem de sinais.
“Funciona bem e vejo eu isso como inclusão, desde que você tenha uma
intérprete em sala. Caso contrário, o trabalho fica muito prejudicado. Mas com a
intérprete, a gente faz algumas adaptações, uma delas é voltar para o aluno ler
os lábios, porque eles têm esse recurso. Se eles têm só o problema o problema
auditivo, acompanham, eles vão juntos. Uns até melhores que os outros que não
têm esse problema”, explicou o professor.
Com a ajuda da intérprete, o parceiro do RJ Diego Dias entrevistou um dos
alunos que tem deficiência auditiva. Por sinais, Rafael explicou como era sua
vida escolar antes da presença da intérprete.
“Até o 9º ano, ele não tinha intérprete, não entendia nada, só copiava,
escrevia, tentava perceber. Mais ou menos ele foi aprendendo. Ele foi olhando,
em matemática ele era melhor, entregava os trabalhos. Conseguiu passar, mas foi
difícil. Mas agora, no 2º grau, está muito bom. Com intérprete ele copia, ele
aprende, está fazendo os trabalhos, ele entrega. Está conseguindo e tirando
notas boas”, traduziu a intérprete Ângela Mariano.
Monitores
ajudam alunos deficientes físicos
Tamires é monitora e auxilia Alan,
que tem deficiência motora. “Eu ajudo a copiar os exercícios, ele faz tudo. Ele
só me passa e eu copio para ele”, disse ela.
Para o estudante Breno de Moura, que não tem deficiência, a interação entre
os alunos da Escola Albert Seibin é muito positiva. “Dentro do colégio é
tranquilo, fora do colégio também. A gente, por estar muito tempo convivendo com
eles, conseguiu se adaptar à linguagem deles. A gente consegue fazer sinais que
eles conseguem entender, e que nós também conseguimos entender. Atividade
física, a gente consegue realizar com eles, futebol é misturado, todo mundo
junto, todo mundo se diverte. Todo mundo é igual aqui no Albert Sabin”, disse
Breno.
Projeto Parceiro do RJ
Dezoito jovens foram
selecionados para formar o Projeto Parceiro do
RJ. O grupo foi dividido em nove duplas, que vão representar e mostrar o
cotidiano de nove regiões do Rio e Grande Rio. Em comum, seus integrantes querem
mostrar não só as mazelas, mas as coisas boas dos bairros onde moram.
Mais de 2.200 pessoas se inscreveram no projeto. Destes, os escolhidos vão
mostrar o cotidiano da Rocinha, Copacabana, Tijuca, Campo Grande, Complexo do
Alemão, Cidade de Deus, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São Gonçalo.
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