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Aposentada conheceu Leonardo Villas Bôas em um barco no Rio
Paraguai.
Maria Villas Bôas espera rever filha que foi para São Paulo após 50
anos.
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Maria Villas Bôas mora em São Félix do
Araguaia. (Foto: Vanessa Lima)
Viúva do sertanista e indigenista Leonardo Villas Bôas, Maria Villas Bôas,
que hoje tem 87 anos, tem a expectativa de reencontrar a filha Marina Villas
Bôas, que não vê há mais de 50 anos desde que a deixou em São Paulo para
estudar, aos cinco anos. Com a saúde muito debilitada, Maria mora em São Félix
do Araguaia, a 1.159 quilômetros de Cuiabá, e leva uma vida simples, mas cheia
de recordações.
Ao telefone com o G1, a aposentada chorou de emoção ao ser
questionada sobre como conheceu Leonardo, o irmão mais novo dos três
desbravadores da região amazônica e idealizadores do Parque Nacional do Xingu.
Ela ficou 11 anos casada com Villas Bôas, até que em 1961 ele morreu após
problemas cardíacos. Eles se conheceram após Maria pedir carona em um barco que
seguia pelo Rio Paraguai e nunca mais se separaram.
Como Maria possui uma deficiência auditiva parcial, a filha dela mais velha,
Terezinha Soares, que foi criada como filha de Leonardo após a morte do pai, foi
quem contou à reportagem do G1 detalhes da vida da dona de casa
com o sertanista. Além de Marina, ela teve mais dois filhos com ele: Álvaro e
Mariza, que morreu em um acidente de carro quando já era adulta.
Até o nome de Maria, que era viúva quando conheceu o indigenista, foi ele que
escolheu. "Ele [Leonardo] passou a chamá-la de Maria Villas Bôas e foi assim que
ela ficou conhecida", disse Terezinha, ao enfatizar que o nome verdadeiro da mãe
é Ilda Soares. A enteada do sertanista citou que uma das grandes lembranças da
família é quando o então presidente da República Juscelino Kubitschek almoçou na
casa deles durante uma visita que fez a Mato Grosso.
Logo depois que se casaram, eles moraram em Macaúba (GO) e, em seguida, se
mudaram para São Félix do Araguaia. A família ficou lá por algum tempo até que o
indigenista foi transferido para Nova Xavantina, a 651 quilômetros da capital,
para trabalhar como chefe regional da Fundação Nacional do Índio (Funai). "A
minha mãe conta que ele [Leonardo] sempre teve contato com os irmãos [Cláudio e
Orlando]", frisou.
Depois da morte de Villas Bôas, a família dele foi de avião de Mato Grosso
para São Paulo, onde o corpo do sertanista foi sepultado. Porém, quando iriam
retornar uma das irmãs de Leonardo pediu que Maria deixasse as crianças para
estudar, mas ela se recusou. Então, propuseram que ao menos Marina, que era a
mais velha, ficasse na capital paulista e garantiram que ela visitaria a mãe uma
vez por ano, o que não ocorreu, como conta Terezinha, com base no que tem ouvido
da mãe todos esses anos. "Ela [Marina] nunca conversou com a minha mãe depois
que ficou lá [São Paulo], nem mesmo por telefone", reclamou.
Único filho de Leonardo Villas Bôas que mora em Mato Grosso, Álvaro Villas
Bôas, de 52 anos, afirmou em conversa ao G1 disse que teve
contato com a família do pai apenas uma vez, quando foi a São Paulo, e que tem
vagas lembranças do pai, já que quando Leonardo morreu ele tinha apenas três
anos. "Depois de adulto, resolvi ir a São Paulo e falei com o tio Orlando, mas
me senti mal porque acharam que estava atrás de alguma herança, mas nunca
pedimos nada a eles", afirmou.
Segundo ele, hoje a mãe vive com um salário mínimo da aposentadoria e da
ajuda dos filhos. Álvaro mora em Alto Boa Vista, município que fica a 1.064 km
de Cuiabá, com a família dele. Ele disse ter conhecimento de que possui outra
irmã, filha do pai com uma índia, que conheceu antes de se casar com a sua mãe.
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