*Notícia encontrada
antes do desenvolvimento do weblog
Curitibana perdeu a audição aos 16 anos e há 5 meses redescobre os
sons.
Com implante coclear, Priscila escolheu ouvir uma música de
adolescência.
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Depois de nove anos em um silêncio absoluto, há cinco meses a estudante
curitibana Priscila Soares se surpreende ao redescobrir os sons. Aos 16 anos,
ela começou a perder a audição. Foi rápido, em poucos dias e nem os médicos
souberam explicar.
Na época a adolescente adorava escutar música e cantar. Com as amigas, ela
inclusive participava de um coral. “Em um mês abaixou um pouquinho, mas do nada,
da noite para o dia, daí eu acordei sem ouvir nada”, contou Priscila.
Durante os anos estes anos, a jovem guardou na memória os sons que mais
gostava, as vozes das pessoas. “Cada pessoa, a minha cabeça projetava uma voz.
Todas as vozes eram diferentes. Meu objetivo era esse: treinar o meu cérebro
para não esquecer os sons”, relatou.
Mas há cinco meses com um implante
coclear, Priscila redescobre os sons que a rodeia. Através de uma cirurgia, o
aparelho eletrônico que foi instalado dentro do ouvido transforma os sons em um
impulso elétrico que vai para o cérebro. O impulso é interpretado como som e
possibilita a audição. Uma parte do aparelho fica fora do ouvido que é preso com
um ímã.
Quem ajudou a jovem a descobrir o aparelho, foi o namorado Henrique Luiz
Ribeiro. Eles se conheceram quando Priscila ainda se comunicava apenas pela
leitura labial e ele passou a pesquisar técnicas para fazer a namorada ouvir de
novo. “Eu pensei nela como um ser humano, que merece isso. Eu acho que todas as
pessoas merecem isso. As pessoas que têm essa deficiência auditiva deveriam ter
uma forma muito mais fácil de chegar, de ter acesso a essa tecnologia, que ela
está tendo agora”, disse o namorado que é engenheiro de computação.
O
primeiro som que Priscila ouviu com a ajuda do aparelho foi uma música que ela
escutava muito durante a adolescência. “Foi incrível! Porque eu pensei: poxa
vida, tantos anos sem ouvir... Foi uma emoção muito grande”, descreveu a
jovem.
Sobre o momento de reencontrar e descobrir sons, ela brinca que se
assustou quando ouviu pela primeira vez a voz do namorado. “Era uma voz
mecanizada. Tipo um robozinho”, lembrou e riu.
O mesmo aconteceu quando ouviu
a voz do irmão, nove anos mais velho. “Ele era pequenininho, eu cheguei a ouvir
a voz dele, então era aquela voz de pequenininho sempre. Primeira vez quando
ouvi a voz do meu irmão, com 19 anos, grossa. Daí pensei: Meu Deus, o que que é
isso, não é a voz que eu lembrava!”, contou sobre a surpresa.
Com força
de vontade, mesmo sem ouvir por tanto tempo, Priscila entrou na faculdade e
cursa Psicologia. Daqui a dois anos, quando estiver formada, ela pretende ajudar
outras pessoas que têm a mesma deficiência dela através da experiência que teve.
“Voltar a ouvir a voz da minha mãe, do meu pai, ouvir a nova voz do meu irmão,
conhecer a voz do meu namorado, então fora as vozes... Voltar a ouvir som de
pássaros, uma coisa que eu tinha me esquecido totalmente. Lembrava algumas,
mas... esses sons são lindos. Todo o tipo de som, independente dele ser ruim, é
ótimo”, disse com prioridade.
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