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Aluno do curso de história está sem acompanhar as aulas desde
setembro.
Universidade de GO afirma que divulgou vagas, mas ninguém se
habilitou.
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Rodrigo perdeu 100% da audição aos 2 anos
(Foto:
Rosemeire Vaz/Arquivo Pessoal)
Alunos do 4º período do curso de história da Pontifícia Universidade Católica
de Goiás (PUC-GO) se solidarizaram com a causa de um colega com deficiência
auditiva e decidiram entrar em greve na noite da última terça-feira (16).
Segundo os estudantes, desde o dia 28 de setembro, Rodrigo Nascimento Guedes, de
21 anos, está sem acompanhar as aulas por falta de uma intérprete da Língua
Brasileira de Sinais (Libras).
Por nota, a PUC informou que já abriu vagas para o cargo. Porém, alega que
mesmo diante da divulgação das mesmas, nenhum candidato se habilitou. Segundo a
instituição, todas as providências estão sendo tomadas para que a contratação
ocorra o quanto antes.
A representante da turma, Rosemeire Vaz, afirma que a instituição foi
acionada sobre o problema 30 dias antes do antigo intérprete sair, quando ele
começou a cumprir aviso prévio. Porém, até agora, não houve reposição da vaga e
o colega, segundo ela, segue sem acompanhamento. “Na semana passada, o Rodrigo
se reuniu com o reitor da PUC e ele prometeu um intérprete para a mesma semana,
mas o profissional não apareceu”, ressalta a aluna.
Com a ajuda de um intérprete, o G1 falou com Rodrigo na
quarta-feira (17). Ele disse que se sente excluído. “Estou tendo muita
dificuldade. Sinto-me sozinho na sala pela falta do intérprete. Estou
prejudicado na aprendizagem porque os meus colegas tentam me passar o conteúdo,
mas eu não consigo compreender”, lamentou.
Direito
De acordo com o artigo 23 do Decreto nº 5.626, de
22 de dezembro de 2005, as instituições de educação superior “devem proporcionar
aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua
Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como
equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e
à educação”.
Rodrigo com colegas do curso de história na
cidade
de Goiás (Foto: Rosemeire Vaz)
Segundo a mãe de Rodrigo, Rosemeire Bento Nascimento Guedes, o filho perdeu
100% da audição aos dois anos, em decorrência da meningite. “Ele fica triste com
a situação porque ele é muito esforçado. Trabalha e estuda para ser igual aos
outros. Mas como ele não faz leitura labial, sem a intérprete fica difícil.
Quando ele fez o vestibular, apresentou um laudo médico e a PUC sabia que estava
recebendo um aluno com surdez”, lembra.
O maior medo da mãe é que as notas do filho caiam. E, segundo a colega
Rosemeire Vaz, é justamente isso que está acontecendo. “Ele é um dos melhores
alunos. Nós apresentamos muitos seminários e não tem quem reproduzir o que ele
fala, então as notas estão caindo. É uma situação caótica”, diz a estudante.
Rodrigo afirma que ficou feliz com a atitude de solidariedade dos colegas e
espera que a ação sirva não apenas para o intérprete volte a acompanhá-lo, mas
também para que a instituição invista mais na acessibilidade. “Precisamos
continuar mostrando que a acessibilidade é importante. Acho que essa ação pode
gerar mais acessibilidade”, acredita.
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