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23/08/2012 14h30 - Atualizado em 24/08/2012 14h35
Segundo Associação, linguagem escrita é mais complexa para surdo-mudos.
Partidos alegam dificuldade em achar profissionais e limitações
técnicas.
Seis dos sete candidatos à Prefeitura de Campinas não utilizaram intérprete
em Libras no primeiro dia de propaganda eleitoral gratuita das chapas
majoritárias, nesta quarta-feira (22). Apesar de a legislação permitir a
substituição do tradutor por legenda, a fonoaudióloga da Associação de Pais e
Amigos de Surdos de Campinas (Apascamp) explica que o texto dificulta a
compreensão dos deficientes porque nem todos são alfabetizados e, mesmo os que
são, têm uma compreensão diferente da linguagem escrita.
A justificativa da maioria dos candidatos é a dificuldade técnica e
financeira de gravar a intérprete e, em seguida, sobrepor à imagem do candidato.
Além disso, alguns candidatos mencionaram a dificuldade de encontrar
profissionais para este tipo de trabalho. O único candidato que utilizou a
ferramenta foi Dr. Campos, do PRTB, que admitiu ter enfrentado dificuldade para
conseguir uma profissional.
Reprodução do horário político de Campinas com
legenda (Foto: Reprodução)
Diferença na linguagem
A fonoaudióloga da Abascamp Kelly
Cardoso Augusto explica que aqueles que apresentam um nível profundo de
deficiência têm dificuldade em se alfabetizar. “O melhor para os surdos é que
fosse em Libras, mas se os partidos estão respaldados pela lei, não podemos
contradizer a lei”, disse.
A profissional explica que, mesmo os deficientes auditivos alfabetizados
sentem dificuldade em compreender a mensagem do programa apenas por meio da
legenda, pois ela se baseia na língua portuguesa que difere da estrutura
gramatical de Libras. “Eles sentem dificuldade porque na língua de libras não
existe, por exemplo, artigo, preposição, conjunção e os verbos são no infinitivo
diferente da língua portuguesa”, disse.
Candidatos
O candidato Arlei Medeiros (PSOL) informou por
meio de assessoria que diante da “estrutura pequena”, o partido “busca
alternativas para gerenciar esta importante demanda” e cogita utilizar o
trabalho de uma intérprete voluntária nos próximos programas.
Jonas Donizette (PSB) informou por meio da assessoria que, como a legislação
permite, a equipe de campanha optou “pela legenda porque elas permitem uma
compreensão mais universal”, segundo o partido.
O PT, do candidato Márcio pochmann, informou que optou pela legenda “pela
característica da campanha, com pouco prazo para colocar os programas no ar”.
Diante disso, segundo a assessoria, optou-se pela forma mais prática, mas não
está descartada a utilização de intérprete em próximos programas.
A assessoria do candidato Pedro Serafim (PDT) disse que “a opção por legendas
é a mais usual, é eficiente e foi essa a opção da direção dos programas de TV”.
A equipe de campanha informou,ainda, que “se houver solicitação por parte dos
telespectadores”, vai “procurar atender prontamente”.
O candidato do PV, Rogério Menezes, informou por telefone que gostaria que a
campanha fosse em Libras, mas deixou nas mãos da produtora a viabilidade da
produção dentro da verba e do tempo que o partido tinha.
A equipe da candidata Silvia Ferraro (PSTU) não respondeu à solicitação da
reportagem até a publicação desta matéria. Na última semana, a candidata havia
informado que a estrutura permitira apenas o uso de legendas.
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