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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Sergipana com necessidade especial é exemplo ao prestar Enem

*Notícia encontrada antes do desenvolvimento do weblog 

Estudante sonha em passar para Ciências da Computação na UFS.
Natália teve o apoio dos professores, coordenadores, diretores e alunos.

Do G1 SE - 22/11/2012


Sergipana com necessidade especial é exemplo ao prestar Enem  (Foto: Divulgação/SEED) 
Sergipana com necessidade especial é exemplo
ao prestar Enem (Foto: Divulgação/SEED)

Natália Martins de Menezes Legal é uma jovem lagartense de 22 anos. Estudiosa, destaca-se entre os melhores alunos de sua turma da 3ª série do ensino médio, da Escola Estadual John Kennedy, em Aracaju. Tantos aspectos peculiares da vida de uma jovem levam a crer que o que poderia ter sido um grande problema tornou-se apenas um detalhe. Natália tem paralisia cerebral. A condição afetou sua capacidade motora e da fala, mas deixou intacto seu desenvolvimento intelectual.
No início do mês, Natália testou conhecimentos adquiridos em sala de aula durante o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por meio do qual tentará ingressar no curso de Ciências da Computação, da Universidade Federal de Sergipe (UFS). "É meu sonho entrar neste curso, pois me identifico bastante com a área", disse.


Educação Inclusiva
Para alcançar o objetivo, Natália, ao longo dos últimos três anos, teve o apoio dos professores, coordenadores, diretores e alunos do John Kennedy. Após passar por diversas instituições de ensino do município de Lagarto, região Centro Sul de Sergipe e Aracaju, a jovem chegou à escola estadual depois de sua mãe ter recebido uma indicação.

"O começo da vida escolar foi difícil. Em Lagarto, um colégio de freiras chegou a recusar minha filha. Mas depois tivemos mais sorte. Natália passou por diversos colégios e foi muito bem recebida. Decidimos colocá-la no John Kennedy para cursar o ensino médio depois que me disseram se tratar de uma escola-referência em educação inclusiva. Estamos muito felizes com o apoio que foi dado a ela nesses anos por toda a equipe do colégio. Agradecemos também à Secretaria de Estado da Educação (Seed) que, por meio da Divisão de Educação Especial (Dieesp), oferece aos jovens sergipanos escolas que abraçam alunos com necessidades educacionais especiais, como a minha filha", declarou Maria de Lourdes Menezes Legal, mãe de Natália.
A Escola John Kennedy, de fato, se tornou modelo de uma educação para todos. O prédio conta com rampas de acessibilidade, banheiros adaptados, dentre outras mudanças que foram realizadas para receber esse público.
O colégio conta, ainda, com uma sala de recursos multifuncionais, dotada de computadores, softwares e material didático específico para esses jovens. Em sua equipe pedagógica, a instituição conta com professoras especializadas no trato com alunos com necessidades especiais. Em cada sala de aula, há um intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para facilitar a compreensão do conteúdo e o esclarecimento de dúvidas com os professores.

Exemplo de alegria e superação
A professora de matemática, Elenildes Ferro, destaca a rapidez de Natália com os números. "Quando uma pessoa tem alguma deficiência, ela aguça outras faculdades. Natália tem uma alta capacidade de fazer os cálculos mentalmente e dar a resposta em seguida. Ela obteve a maior nota da turma na última unidade: nove. É, sem dúvidas, um exemplo para os outros alunos", declarou.

Enem
Nos dias 3 e 4 de novembro, Natália foi um dos quase 6 milhões de estudantes brasileiros que se submeteram às provas do Enem. Para a ocasião, a estudante prestou o exame em uma sala especial, de fácil acesso, com mesa própria para cadeira de rodas, prova ampliada e auxílio para transcrição do gabarito e da dissertação. "Eu escrevi a redação na folha de rascunho e pedi que a auxiliar passasse para a folha oficial", contou Natália, que aguarda, ansiosa, pela divulgação do resultado.

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