*Notícia encontrada
antes do desenvolvimento do weblog
Estudante sonha em passar para Ciências da Computação na UFS.
Natália
teve o apoio dos professores, coordenadores, diretores e alunos.
*Notícia encontrada
antes do desenvolvimento do weblog
Sergipana com necessidade especial é exemplo
ao
prestar Enem (Foto: Divulgação/SEED)
Natália Martins de Menezes Legal é uma jovem lagartense de 22 anos.
Estudiosa, destaca-se entre os melhores alunos de sua turma da 3ª série do
ensino médio, da Escola Estadual John Kennedy, em Aracaju. Tantos aspectos
peculiares da vida de uma jovem levam a crer que o que poderia ter sido um
grande problema tornou-se apenas um detalhe. Natália tem paralisia cerebral. A
condição afetou sua capacidade motora e da fala, mas deixou intacto seu
desenvolvimento intelectual.
No início do mês, Natália testou conhecimentos adquiridos em sala de aula
durante o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por meio do qual tentará
ingressar no curso de Ciências da Computação, da Universidade Federal de Sergipe
(UFS). "É meu sonho entrar neste curso, pois me identifico bastante com a área",
disse.
Educação Inclusiva
Para alcançar o objetivo, Natália, ao
longo dos últimos três anos, teve o apoio dos professores, coordenadores,
diretores e alunos do John Kennedy. Após passar por diversas instituições de
ensino do município de Lagarto, região Centro Sul de Sergipe e Aracaju, a jovem
chegou à escola estadual depois de sua mãe ter recebido uma indicação.
"O começo da vida escolar foi difícil. Em Lagarto, um colégio de freiras
chegou a recusar minha filha. Mas depois tivemos mais sorte. Natália passou por
diversos colégios e foi muito bem recebida. Decidimos colocá-la no John Kennedy
para cursar o ensino médio depois que me disseram se tratar de uma
escola-referência em educação inclusiva. Estamos muito felizes com o apoio que
foi dado a ela nesses anos por toda a equipe do colégio. Agradecemos também à
Secretaria de Estado da Educação (Seed) que, por meio da Divisão de Educação
Especial (Dieesp), oferece aos jovens sergipanos escolas que abraçam alunos com
necessidades educacionais especiais, como a minha filha", declarou Maria de
Lourdes Menezes Legal, mãe de Natália.
A Escola John Kennedy, de fato, se tornou modelo de uma educação para todos.
O prédio conta com rampas de acessibilidade, banheiros adaptados, dentre outras
mudanças que foram realizadas para receber esse público.
O colégio conta, ainda, com uma sala de recursos multifuncionais, dotada de
computadores, softwares e material didático específico para esses jovens. Em sua
equipe pedagógica, a instituição conta com professoras especializadas no trato
com alunos com necessidades especiais. Em cada sala de aula, há um intérprete de
Libras (Língua Brasileira de Sinais) para facilitar a compreensão do conteúdo e
o esclarecimento de dúvidas com os professores.
Exemplo de alegria e superação
A professora de matemática, Elenildes Ferro, destaca a rapidez de Natália com
os números. "Quando uma pessoa tem alguma deficiência, ela aguça outras
faculdades. Natália tem uma alta capacidade de fazer os cálculos mentalmente e
dar a resposta em seguida. Ela obteve a maior nota da turma na última unidade:
nove. É, sem dúvidas, um exemplo para os outros alunos", declarou.
Enem
Nos dias 3 e 4 de novembro, Natália foi um dos quase 6 milhões de estudantes
brasileiros que se submeteram às provas do Enem. Para a ocasião, a estudante
prestou o exame em uma sala especial, de fácil acesso, com mesa própria para
cadeira de rodas, prova ampliada e auxílio para transcrição do gabarito e da
dissertação. "Eu escrevi a redação na folha de rascunho e pedi que a auxiliar
passasse para a folha oficial", contou Natália, que aguarda, ansiosa, pela
divulgação do resultado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário