*Notícia encontrada
antes do desenvolvimento do weblog
Além do intercâmbio de conhecimento entre estudantes, o torneio contribui para a incorporação de novos sinais à linguagem para surdos - 16/11/2012
Ana Carolina compete na área de
costura
industrial (Foto: Maurício Nascimento)
A Olimpíada do Conhecimento é a maior competição de educação profissional da
América e é muito comum ouvir dos competidores que um evento desse porte é um
divisor de águas na vida profissional e pessoal. Mas, além de proporcionar um
intercâmbio de conhecimento entre todos os envolvidos neste grande projeto, a
Olimpíada contribui – e muito – para o desenvolvimento da linguagem entre
surdos.
Ana Carolina Carvalho tem 15 anos e veio de Pomerode, Santa Catarina. É a
mais nova da ocupação Costura Industrial para surdos e, muito diferente da
menina tímida e que se comunicava lentamente por meio da linguagem dos sinais.
Ela se transformou durante a Olimpíada. “Estou muito feliz por participar da
competição e poder conhecer São Paulo. A Olimpíada é um marco na minha vida,
pois além de competir, estou aperfeiçoando minha comunicação”, conta Ana com
ajuda da intérprete Angélica da Rosa
Se antes Ana Carolina estava inserida em uma vivência de integração, sem
contato com outros surdos (Pomerode não tem associação com esta finalidade),
agora, vive verdadeiramente a inclusão. Para ela, foi surpreendente a quantidade
de surdos que estão participando e foi essa a possibilidade que encontrou para
treinar a linguagem de sinais. O reflexo do evento já é sentido pela forma mais
rápida e alegre como a menina tímida se comunica com outras pessoas.
Além de poder praticar a comunicação, os surdos também estão ampliando o
vocabulário. “A Olimpíada propicia um encontro entre os estados e, deste
encontro, aprendemos novos sinais. Um sinal em São Paulo é uma coisa e lá na
Bahia é outro, a gente vai aprendendo, incluindo no repertório”, comentou
Rosemeres Barbosa, treinadora da competidora Eliane Macente, do Paraná. “Já no
primeiro dia da Olimpíada passamos por esta experiência: surgiram palavras que
não conhecíamos em libras. É um novo sinal para o surdo”, completa.
É o primeiro ano que a Olimpíada do Conhecimento tem como ocupação oficial a
inclusão de pessoas com deficiência (PCD). Dentre os 638 atletas, 37 são alunos
que apresentam alguma deficiência e disputam medalhas em quatro ocupações
industriais: panificação para competidores com síndrome de Down, tecnologia da
informação para deficientes visuais, mecânica de autos para cadeirantes e
costura industrial para surdos.
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